Antes do 25 de Abril as vedetas musicais eram António Calvário, Artur Garcia, Tony de Matos, Maria de Lourdes Resende, Madalena Tuga Iglésias, Simone de Oliveira…
Apenas os jovens dos liceus não iam por este diapasão. Eles eram mais “modernos”, e para eles as vedetas eram os Beatles. Os Beach Boys, os Rolling Stones, os Jefferson Airplane…
O Festival da Canção da Tugólândia fazia para tudo. A imprensa em peso mimava-os. Todos os anos haviam a eleição dos reis da rádio.
A revista Plateia “tomava conta” do rei e a Flama da rainha. Havia clubes de fãs e rivalidades. Os de Madalena Iglésias eram fanáticos.
Em 1963, Madalena esperava ganhar o segundo título consecutivo, mas os votos vindos de África deram a vitória a Maria de Lourdes Resende. Iglésias na hora da consagração da rival vira-lhe a cara. E caiu mal na imprensa e no público.
Casou com um Venezuelano (muito feio por sinal, mas muito rico), deu por finda a cantoria (graças a Deus) e nunca mais se viu…
António Mourão cantou em 1964 uma canção, numa revista no Parque Mayer, que ficou como um dos maiores sucessos de vendas da época, “Ó tempo volta para trás”.
Mas foi a perdição do artista depois do 25 de Abril, sendo taxada de canção do antigo regime. Ele que até tinha cantado canções proibidas de António Aleixo e Vasco da Lima Couto.
Aliás o 25 de Abril caiu em cima de muitos com estrondo. Eram conotados com o Estado Novo. Deixaram de passar as suas músicas, foram marginalizados. Alguns mesmo maltratados. Alguns nem sequer estavam em consonância com o sistema político, outros sim…
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