terça-feira, 20 de dezembro de 2011

São episódios destes que rebaixam a nossa moral colectiva: na Secretaria de Estado da Cultura, foi nomeado um rapaz luso-brasileiro, de 21 anos, imediatamente no dia seguinte a ter tirado a carta de condução, COMO MOTORISTA, auferindo de salário-base 1.610,01€ - isto com tantos motoristas do extinto Ministério da Cultura e de outros organismos públicos na situação de mobilidade - parece que as aptidões especiais do tal rapaz foram vivamente recomendados por um membro do Gabinete da mais estrita confiança pessoal do Ministro dos Negócios Estrangeiros... Ao que parece o rapaz tem muito boas referências especialmente testadas um determinado ginásio com massagens.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


Tanto faz ser da direita ou da esquerda... eles estão em todas....

Isto é que é um País !!!!
Qualquer desgraçado que deva ao fisco meia dúzia de cêntimos, bloqueiam-lhe logo a conta bancária, e até lhe confiscam o miserável do ordenado. Para esta "gente" não se faz nada !!! ????? Até na prisão onde ele está agora, tem tratamento de VIP, os outros presos, tem tratamento que merecem, porque são delinquentes.!!!!!
E é este artista que tinha um blogue com passagens biblicas para debate ... !!!

Desde os anos 80 que Duarte Lima está envolto em negócios e em contradições.Enriqueceu rapidamente e, apesar dos rendimentos inexplicados e de aparentes esquemas para esconder o património, nunca foi acusado pela Justiça
BOLSA
Esta é a versão de Duarte Lima para ter começado a enriquecer: em 1987 apostou 20 mil contos (€100 mil) na Bolsa de Lisboa. Em dois anos..., terá tido 80 mil contos de lucro líquido, aproveitando a euforia dos mercados.
VIA VENETTO
Nesse ano, o advogado compra um andar de luxo no edifício Via Venetto, situado na avenida João XXI, em Lisboa (antes vivia num modesto andar em Linda-a-Velha, que venderia por 8 mil contos em 1989). Com uma área de 300m2. Lima disse que o comprou por 36 mil contos. O construtor afirmou que foi por 50 mil contos. Nunca se soube ao certo o valor real. O advogado não celebrou o contrato de compra e venda e, aproveitando um buraco na lei, também não pagou o imposto de sisa. O Via Venetto é do construtor José Cristóvão, que se recusou a falar ao Expresso.
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS
Na declaração de rendimentos entregue ao Tribunal Constitucional (TC) em 1991, mantém como património o apartamento de Linda-a-Velha (que já tinha sido vendido) e uma moradia em Miranda do Douro, que tinha comprado para a mãe em 1978. Esqueceu-se do Via Venetto.
EDIFÍCIO VALMOR
Em 1993, mudou-se para um edifício a poucos metros, do mesmo construtor. Os dois apartamentos do 11º andar no Edifício Valmor foram geminados e têm 600m2, com um valor que na altura rondaria os 230 mil contos. Duarte Lima declarou 45 mil contos na escritura e só por um dos apartamentos. O outro andar ficou em nome da mãe do seu adjunto no Parlamento e sócio no escritório de advogados, Vítor Fonseca. Apesar de o piso inteiro ter sido desenhado de origem para ser um único apartamento. Em sua defesa, Lima alegou que tinha um contrato de aluguer de 200 contos por mês com Emília Fonseca.
QUINTA DE NAFARROS
Entre 1993 e 1994, Lima comprou seis terrenos em Nafarros, Sintra, juntando-os numa única propriedade de três hectares. As escrituras foram feitas em nome de Alda Lima de Deus, uma sobrinha (que também não falou ao Expresso) sem rendimentos. As escrituras referiam 31 mil contos, mas, segundo uma investigação do jornal “O Independente”, na altura terão sido gastos 141.500 contos com as compras. Quer Alda quer os vendedores tinham como procurador Vítor Fonseca, o homem de confiança do advogado. O arquiteto que desenhou os muros da quinta admitiu que foi Lima quem o contratou. O então deputado argumentou que a sobrinha representava um empresário do norte, que também não quis falar com o Expresso.
CRÉDITO E BMW
Na sequência do escândalo de Nafarros, deixa a liderança da bancada laranja, sendo substituído por Pacheco Pereira. O novo líder parlamentar mandou suspender um cartão de crédito do PSD que Lima usava e que não tinha limite de gastos e mostrou o desagrado pelo facto de ter devolvido tardiamente o BMW de serviço. O advogado só terá conseguido justificar um terço dos gastos feitos com o cartão.
DÍVIDA AO FISCO
Ao jornal “O Independente”, Duarte Lima disse que o seu património e os seus rendimentos foram objeto de inspecção pelas Finanças e que nenhuma irregularidade tinha sido encontrada. O jornal desmentiu-o, com a confirmação do diretor-geral dos Impostos, de que estava em andamento uma execução fiscal contra o advogado por uma dívida de 800 contos de IVA.
CEM CONTAS
No decurso da investigação aos negócios imobiliários (que viria a ser arquivada), a PJ descobriu, em 1997, que o advogado tinha cem contas bancárias, em Portugal e no estrangeiro. Lima tinha dito às autoridades que só possuía meia dúzia. Foi apurado que, entre 1986 e 1994, recebeu um milhão de contos em depósitos (750 mil em dinheiro), valor muito superior ao declarado às finanças (entre 1987 e 1995 declarou 180 mil contos). Na altura, justificou ao Expresso: “Os depósitos nas contas não significam que sejam sempre rendimentos tributáveis”.
QUINTA DO LAGO
Entre 2002 e 2003, construiu uma mansão na Quinta do Lago, que registou em nome de uma offshore com o valor de €5,8 milhões. Essa casa está agora à venda por €10 milhões.
BPN
Desde 2002 tem vindo a contrair empréstimos no BPN, mantendo uma relação próxima com o banqueiro Oliveira Costa. Deve €5,8 milhões ao banco, estando sob investigação do MP, por suspeita de fraude e burla.
DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS II
Na sua condição de deputado, não incluiu a casa da Quinta do Lago e os créditos no BPN nas declarações de rendimentos entregues em 2002, 2005 e 2009. Já em 2011, depois de publicamente conhecido o montante do empréstimo ao banco, Lima corrigiu a declaração alegando que tinha sido um lapso.

José Carlos Igreja

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Das coisas tristes que o mundo tem, são os homens sem pé no seu tempo. Os desgraçados que aparecem assim, cedo de mais ou tarde de mais, lembram-me na vida terras de ninguém, onde não há paz possível.
A cada época corresponde um certo tipo humano. A Idade Média tinha como valores Aristóteles e os doutores da Igreja
Neste trágico século vinte, sem qualquer sério conteúdo ideológico, sem nenhuma espécie de grandeza fora do visceral, que serenidade interior poderá ter alguém alicerçado em valores religiosos, estéticos, morais, ou outros? Nenhuma. Entre o abismo da sua impossibilidade natural de deixar de ser o que é. Todos se devem lembrar de Romain Rolland a erguer a voz impotente contra a guerra de 14. Sabemos o que valeu o seu grito. Foi só o tempo de disparar o primeiro canhão. O protesto, como um gemido inútil, ficou à retaguarda, abafado pelo estrépito dos que passavam. É a eterna e triste lei das realidades. Tão eterna e tão triste, que até passando do individual para o colectivo ela é verdadeira.

Veja-se o caso em relação a dois continentes, a Europa e a América, por exemplo.
Teima a Europa, culta, velha, experiente, mas anacrónica, em que a vida dos povos é sobretudo história. Que, por isso, o facho da autêntica civilização é seu, e só na sua posse deve caminhar. Tudo verdades como punhos. Mas o certo é que o facho lhe está dia-a-dia a morrer nas mãos e a passar para as mãos selvagens dos seus colonos. Com a mesma luminosidade? Evidentemente que não, mas que importa ? A vida não se move por acções lógicas. Move-se por imponderáveis, e sobretudo pela força dos factores. O homem que o nosso século pede não é o que lê, o que se aprofunda a cavar em si. É um ser biológico perfeito, no sentido corpóreo e psíquico duma abelha. A natureza dos favos é variável, claro está, conforme as necessidades de cada hora. Há pouco tempo ainda era um simples e inofensivo automóvel; neste momento o casulo é um tanque ou um avião. Por isso, a que propósito seria qualquer céptico em matéria de parafusos um representante actual da nossa civilização? Ver uma Grécia escrava de Roma é tão natural como ver um Unamuno perdido na Espanha de 36.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Carta da Marisa Moura à Administração da Carris


Exmos. Senhores ,

José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,

Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
A dívida do País está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusive em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?

Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.

Marisa Moura