segunda-feira, 6 de junho de 2011

Não posso hoje deixar de falar das eleições de ontem.

Primeiro estranhei a afluência no meu local de votação. Embora costume ir logo pelas 8 da manhã, desta vez fui já depois das 10 da manhã, pois deitei-me tarde, havia muita gente a votar, inclusive filas nas mesas de voto.
No fim a abstenção foi a maior em Legislativas, o que significa que cada vez mais os eleitores estão mais interessados em futebol e novelas do que com a politica. É o sinal das Novas Oportunidades, tem-se as habilitações mas não se tem as qualificações necessárias para se ser um bom cidadão activo e participativo.

As televisões passaram a manhã numa azáfama a mostrar as votações dos lideres políticos e do presidente da Republica. Para quê? Que interesse tem para nós? Será que é para saber em quem eles vão votar? Eles acham que nós não sabemos em quem eles vão votar?

Mais uma vez houve boicotes, o mais caricato em Cabril, Castro Daire, com a colocação de um enxame de abelhas no local de voto. Mais uma vez o povo acha que isto é que vai resolver os seus problemas, como se eles se importassem que eles não votem. Tomara eles que nós não votemos para se eternizarem no poder.
Segundo a população visam chamar a a atenção para eles, e chamaram, vimos que eles são estúpidos.

Mais uma vez o seráfico Cavaco Silva falou ao país naquele tom monocórdio e falou no desinteresse dos jovens e nos desempregados.
É preciso ter lata.
Se os jovens estão desinteressados é porque não vem bons exemplos nos politicos, incluindo ele próprio, e não são educados a ter uma activismo cívico.
Quanto aos desempregados, que é coisa pela qual Cavaco Silva nunca vai passar, ele que não dispensa algumas mordomias e as belas reformas que tem e vai ter, se não tivesse enchido o país de betão e tivesse fiscalizado e controlado os dinheiros que vieram da EU, talvez houvesse hoje uma economia mais saudável.

Depois temos as reportagens nas urnas de voto, algumas pérolas dignas de um baú de asneiras, como aquela em que uma repórter anda a perguntar ás pessoas se tem fato de banho por baixo á entrada dos locais de voto.

Sócrates manteve a arrogância até ao fim, quando foi votar levou 3 seguranças, não fosse o povo bater-lhe, e distratou os jornalistas que tanto necessitou durante a campanha.
Quando foi questionado sobre os actuais e futuros processos que tem na justiça, aquando da assunção da derrota, fez-se de parvo e disse que não entendia a pergunta. Pois a avaliar pelo diploma de Domingo, não é de estranhar…

Como sempre todos falaram em democracia e povo.
Qual democracia? A do dinheiro? A da corrupção? A do desemprego?  A dos pobres cada vez mais pobres?
E de que povo eles falam? A daquele povo que eles lambuzam aquando das campanhas eleitorais ou aquele em que eles mandam bater quando eles se manifestam pelos seus direitos?

Quanto aos resultados, Pedro Passos Coelho, com aquele ar de playboy, tão do agrado das tias, das mulheres mal casadas e das velhas com falta de afagos, entrou na estratosfera da vaidade, apenas estragada com a obrigação de ter o Paulinho das feiras por companhia na governação. Os dois bronzeados vão governar o país do sol.
Paulo Portas está no extâse, ele adora o poder e lutou afincadamente por ele, com os votos daqueles que tem memória curta e vão nos discursos cheios de banalidades do piqueno, e que já se esqueceram dos negócios dos sobreiros e dos submarinos.
José Sócrates, agastado, foi derrotado numa votação que nem os mais cépticos achariam possivel, uma vergonha. Pagou pela arrogância e incompetência. Com tamanha vaidade, deve ter doido mesmo. Por isso se demitiu, agora vamos ver o saco de gatos do PS a espernear e a esgadanhar-se todo. Vai ser bonito.
E vamos ver para onde vai aquela gente toda, para se perceber quem terá de pagar alguns favorzinhos que foram feitos.
Jerónimo de Sousa manteve o eleitorado, comunista fieis e até reforçados, manteve-se sempre coerente, no seu discurso do sempre contra e na promessa de defesa dos direitos do povo e dos trabalhadores, seja lá o que isso é para o PCP.
Francisco Louçã tremeu e vamos ver se não cai. O BE caiu para metade dos deputados e as lutas internas deste partido repartido vão-se agravar, e vamos a ver se não acontece o mesmo fenómeno do PRD que prometeu muita parra e deu pouca uva.
Vamos a ver se Francisco Louçã não enrouquece no parlamento.

No fim uma nota para as sondagens. Mas que raio foi aquilo. Em dois dias a diferença entre o PSD e o PS foi de mais de 10%.
Foi demasiada imcompetencia ou tiveram um propósito? Não é demais relembrar quem são os patrões da comunicação social…

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