segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A contestação foi sempre uma constante no antigo regime, e não só em Lisboa e Coimbra.

Os grandes centros operários eram um ninho para a contestação de norte a sul do país, da Covilhã ao Alentejo e principalmente na cintura industrial de Lisboa.
A proibição das greves e a nacionalização dos sindicatos vieram agravar a situação.

Em 18 de Janeiro de 1933 uma enorme onda de greves varre o país, em especial na Marinha Grande, comandada pelos operários vidreiros, e foi violentamente reprimida.

A Segunda Guerra serena os ânimos, mas mesmo assim em 1941 os operários da indústria têxtil fazem greve. Repetem a proeza em 1946, acompanhados pelos de Gouveia. São presos muitos deles.
Foi em Tortosendo que a luta foi mais constante.

O 1º de Maio de 1962 foi brutal, pela resposta às manifestações no Porto, Barreiro e por todo o Alentejo.
A região de Lisboa, altamente industrializada, é a zona mais problemática para o Estado Novo.
Em Almada os operários navais e os corticeiros são os mais contestatários. Lisboa, Barreiro, Setúbal, Sacavém e Vila Franca de Xira são os principais bastiões de opositores.

Na capital os estudantes juntam-se aos trabalhadores, posteriormente alastra-se aos de Coimbra e mais tarde ao Porto.
Estudantes e padres infiltram-se nas fábricas em Setúbal e alfabetizam os operários fabris. Eram organizadas reuniões onde se discutia desde o saneamento básico, a questões de segurança no trabalho.
Em 1969, a igreja católica que os olhava com desconfiança, faz com que os padres desistam.

O Barreiro sempre foi uma das localidades mais vigiadas pela PIDE, até no dia de finados, as campas dos antifascistas mortos eram vigiadas.
A luta por melhores condições de trabalho generaliza-se nos operários agrícolas de Beja, Pias, Montemor-o-Novo, Grândola e Baleizão (onde é assassinada Catarina Eufémia, que se torna heroína da luta contra o regime), nos mineiros de Aljustrel e nos corticeiros de Coruche e Silves.
O Couço era considerado a Moscovo de Portugal.

No 50º aniversário da Republica, em Alpiarça, um protesto em forma de fogo-de-artifício, pôs a GNR em polvorosa. Em resposta a GNR abre um posto na vila e impõe um recolher obrigatório a partir das 23 horas.

O Partido Comunista Português passou à clandestinidade em 1935, aquando da proibição dos partidos políticos, e foi um dos bastiões da resistência ao Estado Novo.

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