sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nos anos 60 Paris era a capital dos refugiados portugueses.
Perseguidos, com problemas com a PIDE, fugidos á Guerra Colonial, desertores do exército.
A maioria são homens jovens.


Chegavam até lá a salto, clandestinamente, sem documentos.
O boom da construção em França, absorveu essa grande massa de gente fugida de Portugal. Faziam os trabalhos menores.
O governo francês concedia guias de 6 meses até se arranjar trabalho estável. Depois entravam para as fábricas.


Após 1968, o fluxo aumentou de intensidade.
Nasceram os "Bidomvilles", os bairros de lata. 
Mário Soares foi um desses refugiados, a leccionar na Universidade de Vincennes. Personalidades francesas davam apoio á causa portuguesa, como Satre.


A 27 de Abril de 1974, 2 comunidades estranhas entre si encontram-se em Paris. Os políticos e os estudantes eufóricos, e os trabalhadores e camponeses desconfiados.
Os políticos estavam de partida. Ocupou-se o Consulado de Portugal, fazendo-se passaportes.
Um homem sai de um carro preto, de cabelos brancos. Álvaro Cunhal vai falar directamente com o cônsul. Até os camaradas tinham prioridade sobre o povo.


Todos voltam de comboio para Lisboa. Nos dias seguintes os comboios iam apinhados com gente para Portugal. Exilados e estrangeiros curiosos.
Franco treme, encurralado entre a França de esquerda e um Portugal revolucionário.
Só os guardas fronteiriços ainda não tinham sido "reciclados".

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