segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Na Tugólândia as histórias de guerra eram proibidas pela ditadura, silenciava-as.


Hoje ninguém se interessa por elas, a verdade ainda parece incómoda. Tudo o que se escreveu, fotografou e filmou, dependia da revisão da censura militar.
Os outros eram todos terroristas e bandidos. As derrotas eram retiradas estratégicas, as posições conquistadas grandes e gloriosas vitórias.


As imagens nunca foram vistas, nem no programa do Joaquim Furtado "A Guerra".
Ninguém sabia das chacinas, das aldeias passadas a pente fino e depois queimadas, dos jovens negros interrogados e torturados pela PIDE, gente branca e negra esventrada e despedaçada, corpos mutilados e cabeças espetadas num pau, aso bebés de guerra, aos actos de amor e camaradagem, das angustias do regresso. E o medo...


18 000 kms de película desapareceu dos arquivos da RTP. O que lhes aconteceu ninguém sabe, e a RTP sempre foi evasiva na resposta a este facto.
O documentário da RAI sobre a guerra correu mundo, em 1962.

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