sexta-feira, 28 de outubro de 2011


O IVA a 23% e os salários mínimos

 Afirma o Sr. Ministro das Finanças que o aumento da taxa do IVA para 23% nas facturas do gás e da electricidade...
"Passará da taxa reduzida para a taxa normal, à semelhança da esmagadora maioria dos países da União Europeia", frisou Vítor Gaspar.
Então comparemos também os SALÁRIOS MÍNIMOS NA EUROPA
Eurolândia:
Luxemburgo - 1.757,56€
Irlanda - 1.653,00€
Bélgica - 1.415,24€
Holanda - 1.400,00€
França - 1.377,70€
Espanha - 748,30€
Portugal - 485,00€
.. UE
Reino Unido - 1.035,00€
.. Extra-UE
Suíça - 2.916,00€

Estarão a brincar connosco???

Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010 -
Poderão aceder através do site http://www.dre.pt  

Vamos ler:
Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica:

1 - Vencimento de Deputados ....................................................................12 milhões 349 mil Euros
2 - Ajudas de Custo de Deputados...........................................................2 milhões 724 mil Euros
3 - Transportes de Deputados ................................................................3 milhões 869 mil Euros
4 - Deslocações e Estadas ...............................................................................2 milhões 363 mil Euros
5 - Assistência Técnica (??) ..................................................2 milhões 948 mil Euros
6 - Outros Trabalhos Especializados (??) ............................3 milhões 593 mil Euros
7 - RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA.................................................961 mil Euros
8 - Subvenções aos Grupos Parlamentares..........................................................970 mil Euros
9 - Equipamento de Informática ..........................................2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) .............................................2 milhões 420 mil Euros
11- Edifícios .................................. ................................................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer's (??) Diversos (??).......................................13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ..............................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ..........................73 milhões 798 mil Euros
 
Em resumo e NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é :€ 191 405 356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) - Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 - 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.

Vamos lá então ver se isto agora já o começa a incomodar um "bocadinho". Repare:
Cada deputado, em vencimentos e encargos directos e indirectos custa ao País, cerca de 700.000 Euros por ano. Ou seja cerca de 60.000 Euros mês!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011


Como é possivel que haja pessoas que gastem numa refeição um ordenado de um trabalhador honesto?

Tanta gente anda por ai a prostituir-se ao poder.
Os politicos, os ricos e os poderosos julgam-se superiores ao povo. Eles acham que se estão no lugar onde se encontram, foi porque o merecem, por serem mais inteligentes, mais espertos, melhores que os outros, a “raia miuda”. Que são destinados por Deus para nos domar.

O povo foi condenado a ser escravo, os ricos, os poderosos, os politicos e a igreja assim o derteminam.
O povo deve nascer, viver e morrer, sempre sujeito ao dominio dos ricos. Escravo, submisso e oprimido.
Mas uma sociadade não se constroi com a escravidão do povo, com a abdicação da liberdade individual, com a falta de justiça para os pobres e fracos, com a pobreza e fome.

O cidadão deve obedecer á lei, mas essa lei deve ser justa, se não o for o homem deve desobedecer, é sua obrigação fazê-lo para defesa do próprio homem, da humanidade.
São os mesmos que te oprimem, que leem na Biblia, Jesus Cristo a dizer: “Amor entre todos os homens da terra”.
O poder do capital usa o homem, usa-se do seu próprio corpo, da sua força de trabalho, conserva-o ao seu serviço, gasta-o até ele ficar cansado ou mutilado, e depois manda-o pedir esmola.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Povo dizem que és soberano. Também diziam que Cristo era rei, e vejam o que lhe aconteceu.
Os “representantes do povo” discutem e votam leis, em que aumentam os seus privilégios. O povo tornou-se um grande rebanho, preso por grilhetas e que é alimentado pelos “bondosos” donos.

Terá o país de prosperar no suor e lágrimas dos pobres? Achas que substituir uns tiranos por outros soluciona os teus problemas?
Actualmente os governos, longe de minorar, agravam a miséria dos povos. Ao pobre tudo é condenado e oprimido, ao rico tudo é perdoado e elogiado.
A hipocrisia tem lágrimas para te enternecer. Rega a fortuna dos ricos com o teu suor, dá o teu dinheiro ás garras dos governos e dos bancos, tira da boca dos teus filhos para engordares os ricos.
E continua a gradecer á igreja por Deus, que tão generoso é contigo, por te manter pobre e humilde.
Vive para a chibata, para a escravidão entre o poder económico e religioso.
A inteligencia, a saude e o coração que Deus te deu para raciocinar e amar, que te sirvam só para obedecer aos poderosos e ricos.
Roja os teus pés como escravo aos pés deles, que eles te hão-de tolerar enquanto te puderem explorar, presta-lhes vassalagem.

Tu serás sempre a abelha que fabrica o mel que o rico há-de comer.
Povo não deixes que te digam que és inutil e improdutivo, que precisas de trabalhar mais e receber menos para salvar Portugal, que te digam que é inutil em Portugal fazer outra revolução.



Gostava que o senhor presidente explicasse a gente ignorante como eu, porque precisa levar consigo 12 agentes de segurança (que risco corre nas Ilhas portuguesas e pacatíssimas como são as dos Açores?).
O chefe da casa civil (mais a mulher), quatro assessores, dois consultores, o médico pessoal, uma enfermeira e cúmulo do ridículo, do supérfluo, do exagero e do fútil dois bagageiros,
dois fotógrafos oficiais e um mordomo como se nos Açores não houvesse ninguém para os, muito bem, receber.
Disse o TIPO à chegada ao arquipélago "- Ninguém está imune aos sacrifícios."

PINGO DOCE

... ISTO É QUE É "PATRIOTISMO" DAS SUAS CONTAS BANCÁRIAS !...

NÃO PASSA DE UM REQUINTADO ALDRABÃO !...

                            

 AJUDEMO-NOS UNS AOS OUTROS, COMPRANDO PRODUTOS NACIONAIS

Código de barras a começar por 560...



O Sr. Alexandre Santos presidente do grupo Jerónimo Martins usufrui por ano, só de ordenado, 1,130 milhões de euros, segundo o Expresso de sábado passado. Além disso, este grupo é o 5º maior importador, só sendo suplantado pela Petrogal e 3 empresas do ramo automóvel. Por aqui se avalia a preocupação que este sr. tem em ajudar os produtores nacionais.

 Vejam como somos enganados:

 No Pingo Doce, há meses atrás as embalagens de Mirtilho custavam 2,99 euros e pesavam 200 grs.

 Há duas semanas, a mesma embalagem, embora continuando marcada por 2,99 euros, só indicava 150 grs.

Esta semana,  mantendo-se o preço, o peso já estava em 125 grs.


De fato, na publicidade dizem que mantêm os preços, mas esqueceram-se de informar que "roubam no peso".



 É preciso desmascarar estes DOUTORADOS em enganar o povo

terça-feira, 25 de outubro de 2011


Povo não durmas!

Povo, tu que sofres, porque te queixas?
Não tens tu na mão a resolução dos teus males?
Se te roubam, se te perseguem, se te humilham, se te exploram, se te oprimem, se te caluniam, se não se importam com a tua dor, se não te tratam com justiça.
Porque te calas?


ISTO DAVA UM FILME...
Duarte Lima

A revista Sábado dedica oito páginas a Duarte Lima, desde o tempo em que, órfão de pai aos 11 anos, ajudava a mãe a vender peixe em Miranda do Douro.

À beira de completar 56 anos (Novembro), Duarte Lima tornou-se um homem imensamente rico. A investigação de António José Vilela e Maria Henrique Espada está recheada de detalhes picantes.

Na sua casa da Av Visconde de Valmor, em Lisboa, Duarte Lima dava jantares impressionantes, confeccionados in situ por Luís Suspiro; no fim do ágape, o chef vinha à sala explicar aos convidados  --  entre outros, Manuel Maria Carrilho, Ricardo Salgado, João Rendeiro, Horácio Roque, Adriano Moreira e José Sócrates  --  a génese das suas criações.

Ângelo Correia, que o lançou na política em 1981, nunca foi convidado para esses jantares.

O andar da Visconde de Valmor foi decorado por Graça Viterbo: a decoradora cobrou 705 mil euros.

Quando entrou para a Universidade Católica, graças a uma bolsa que o isentou das propinas, foi ignorado pelos colegas: era pobre, vestia-se mal e vinha da província. Só Margarida Marante se aproximou dele. Duarte Lima oferecia-lhe alheiras confeccionadas pela mãe.

Em 1980 já era maestro do coro da Católica. Pacheco Pereira e Santana Lopes assistiam embevecidos aos seus concertos de órgão.

O estágio de advocacia foi feito no escritório do socialista José Lamego, então casado com Assunção Esteves, actual presidenta da AR.

O primeiro casamento (1982) foi celebrado pelo bispo de Bragança.

Em 1983 chegou a deputado e, em 1991, a líder parlamentar e vice-presidente do PSD. Nos anos 1980-90 era das poucas pessoas a quem Cavaco atendia o telefone a qualquer hora.

Até que, em 1994, o Indy, então dirigido por Paulo Portas, obrigou o Ministério Público a investigar as suas contas. Demitiu-se de cargos políticos e aguardou a conclusão do processo.

Com o assunto arrumado, candidatou-se em 1998 à Distrital de Lisboa do PSD. Ganhou, derrotanto Passos Coelho e Pacheco Pereira. A leucemia afastou-o do cargo.

Volta ao Parlamento por dois mandatos: 1999-2002 e 2005-2009.

Segundo a revista, Duarte Lima depositou nas suas contas, entre 1986 e 1994, mais de cinco milhões de euros, parte considerável (25%) em cash.

É membro da Comissão de Ética do Instituto de Oncologia de Lisboa e fundou a Associação Portuguesa Contra a Leucemia.

Agora é o principal suspeito do assassinato de Rosalina Ribeiro.

Nada disto me impressiona, excepto o facto de Duarte Lima ter obtido do BPN, em 2008, pouco antes da nacionalização do banco, um empréstimo de 6,6 milhões de euros, «contraído sem a apresentação de qualquer garantia».

O affaire Duarte Lima é um caso de polícia. Mas o affaire BPN, sendo também um caso de polícia, é sobretudo um assunto de Estado. E nenhum jornal ou revista investiu ainda o bastante para o dilucidar.

Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-Presidentes da República.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.

24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.

28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Daniel Proença de Carvalho

Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.
Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...

António Nogueira Leite

António Nogueira Leite, é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5 300 euros por reunião.

Estes é um dos indivíduos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...

José Pedro Aguiar-Branco


O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco e agora ministro da defesa é outro dos "campeões"  dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado),  da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8 080 euros, ou seja, 4 040 por reunião.
Estes é um dos indivíduos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...
E agora é Ministro da Defesa.

António Lobo Xavier



Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.

Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.

Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.

Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.

Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.

Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.


Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.

Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.

Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).

Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.

Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais.